A palavra Dieta associa-se ao Gordo desde que me lembro como gente. Provavelmente é uma das palavras mais ouvidas pela comunidade de gordos e ex-gordos. Ela é introduzida pelos médicos, falada constantemente pelos nossos pais e/ou familiares e que nos passa na cabeça vezes sem conta quando sentimos que precisamos de mudar de vida.

Hoje decidi deixar-vos a minha opinião acerca de duas Dietas. Uma delas surge por estar a ser muito falada e a tornar-se numa moda a uma velocidade muito rápida, a chamada Dieta Peleolítica. A outra surge com grande naturalidade, por ser uma Dieta baseada nos hábitos alimentares dos Portugueses em geral, a Dieta Mediterrânica.

A primeira Dieta, a Paleo como é tratada habitualmente, trata-se de uma dieta bastante simples e onde não existe o termo REGIME nem uma contagem de calorias meticulosa. Como o seu nome indica, foi uma dieta inspirada na era do Homem Paleolítico, época que antecedeu o descobrimento do fogo como único meio de cozedura de alimentos que viria a facilitar a deglutição e digestão dos mesmos. Como todos nós sabemos, esta foi uma era onde o homem era um caçador nato (por força da necessidade) e para poder caçar um animal tinha de percorrer quilómetros de distância (já era um atleta por natureza). A sua alimentação era baseada essencialmente em  carne de caça (incluindo os órgãos dos animais), folhas com muita abundância, raízes, frutos, bagas e sementes oleaginosas (não era preciso caçar nenhum destes elementos, facilitando o seu consumo). Existem alguns itens que se devem evitar, o açucar, o leite e seus derivados, os cereais e produtos derivados e a batata. 

Esta dieta pode variar consoante os objectivos de cada um, onde se pode rapidamente remover os hidratos de carbono do cardápio e substituí-los por proteína e leguminosas, caso se pretenda eliminar os níveis de massa gorda corporal mais eficazmente.

Por sua vez, a Dieta Mediterrânica é mais equilibrada e facilmente posta em prática pela maioria da população, com garantias provadas de uma mudança no estilo de vida. Esta dieta possui um óptimo padrão alimentar, uma vez que nos fornece diversidade nos grupos alimentares e recomenda que para além da dieta se pratique actividade física (sejamos honestos, não existem dietas milagrosas, a melhor dieta surge dentro de um equilíbrio entre uma boa alimentação e uma prática regular de exercício físico). A Dieta Mediterrânica baseia-se em alimentos do nosso quotidiano (carne com moderação, peixe, arroz, azeite, massa, legumes e fruta). As suas restrições são mais simples comparativamente à dieta paleo. Apenas restringem o consumo de alimentos refinados (açucares, hidratos de carbono simples).

Ambas as Dietas são, a meu ver, óptimas escolhas para todos nós gordos, ex-gordos e até magros. São dois métodos simples de como comer com qualidade e correctamente. A meu ver, a maior diferença entre ambas prende-se com as possibilidades financeiras de cada um. A Dieta Paleo, exige um custo elevado na compra dos alimentos necessários, ao invés da Dieta Mediterrânica, que já permite uma maior margem para a poupança na compra dos alimentos. Sob o ponto de vista nutricional, ambas têm características muito semelhantes: ricas em fibras, ricas em proteína, óptima quantidade de óleos polinsaturados essenciais (indispensáveis para a perda de massa gorda), baixas a moderadas em hidratos de carbono, com um baixo teor de sal (perfeito para quem é hipertenso ou não o quer ser futuramente) e por fim são extremamente ricas em vitaminas, minerais e antioxidantes.

A minha opinião é, sigam o método que mais se adequa às vossas necessidades, sabendo sempre que não se trata de algo que deve ser visto como duro ou complicado. A verdadeira mudança não vem de uma determinada Dieta, mas sim da forma como vocês encaram a importância que tem a vossa saúde. Primeiramente é preciso estar mentalizado e focado no objectivo e não se deixar levar pelo facilitismo. Pessoalmente, creio que me vou orientar por um estilo de vida alimentar próximo da Dieta Paleo, uma vez que pretendo baixar a minha percentagem de massa gorda e, consequentemente, aumentar a minha massa magra.

Espero ter-vos conseguido ajudar a escolher um caminho.

Um abraço,

O Gordo.